terça-feira, 21 de novembro de 2017

Jogo de cartas versus valores humanos



Acordei hoje a pensar na analogia entre um baralho de cartas e os valores humanos. Por incrível que me possa parecer, entendo que os sentimentos estão baralhados, os valores trocados e o politicamente correto é o certo (pelo menos é para lá que caminha o rebanho de tontos), mas talvez devesse ser o errado!
Vejamos alguns exemplos: antigamente a frontalidade era vista no ser humano, com naturalidade, como fundamental, com respeito e acima de tudo como um valor basilar nas relações interpessoais. Hoje ser frontal dá direito a ser escamoteado, arredado, ignorado, desacreditado!
Ser humilhe era também em tempos um valor muito apreciado, este a par com a honestidade, a verdade, a lealdade e a honra. Hoje ser humilde é muitas vezes ser visto como “parvo”, como “lorpa”, como um asno.
Ser honesto então, bom isso é ser “burro”, pois o que está a dar é ser chico-esperto e lambe-botas!
Remar contra a maré é hoje para os fortes de carácter, os inconformados, com esta sociedade decrepita e desacreditada, onde grassa o compadrio, o conhecimento e não o mérito e o esforço!
Bom e que dizer da lealdade? O que é afinal ser leal? Fazer tudo o que alguns pensam ser o melhor, o correto, não ser contestado? Lealdade é de facto e acima de tudo respeito, acompanhar com verdade, com palavra, com honra aquele que nos merece essa lealdade.
Não admitamos faltas de lealdade, facadas nas costas – muitas vezes provenientes dos mais improváveis!
Não isso não, melhor respirar outros ares a viver confinado a uma jaula de hipocrisia.
Liberdade e paz, é algo que não se paga, mas sim que se conquista. Conquista-la nesta sociedade de pessoas tóxicas, inconformadas, que passam a vida a reclamar da vida, de tudo e de todos, não é fácil, mas é urgente e necessário, pelo que devemos lutar por isso, caso contrário, a nossa saúde mental é afetada.
Voltando às cartas, muita coisa se baralha nesta vida. Dá-se uma carta, recebe-se outra, perde-se uma jogada, ganha-se outra. As amizades hoje em dia são como o rumo do jogo, dependem da sorte, da perspicácia em avaliar as amizades que realmente valem a pena e nos fazem bem!
Troca-se hoje de amigos, de amores, como quem descarta uma carta, ou muda de roupa …
Em boa verdade amizades e valores, que valem eles hoje? Nada! Valem “merda nenhuma” (desculpem o vernáculo), o que vale é a ascensão nas carreiras, na vida, ainda que pisando amigos, conhecidos, seja quem for … o mérito esse não vale um chavo!
Os relacionamentos, nascem e morrem como os cogumelos, as sementes são efémeras e de fraca qualidade … amorfas!
Enfim, a vida é hoje um jogo de cartas, onde os valores humanos valem menos que isso …


João Salvador - 21/11/2017



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