quarta-feira, 20 de maio de 2015

Pensamento - "Espertos"


Os "espertos" mais tarde ou mais cedo, acabam por morder a própria língua e mergulhar no seu fel. Pena que até ali chegarem deixam um rasto de destruição, mercê dos seus julgamentos endeusados, absurdos, parciais. injustos, que acabam por prejudicar emocionalmente terceiros (meros peões) no jogo da maledicência.


terça-feira, 12 de maio de 2015

Maldade humana




Quando pensei já ter visto e ouvido tudo, deparo-me agora com a história da crueldade no seu estado mais puro - a maldade humana, ignóbil, traiçoeira e devastadora. 

Como é possível alguém querer tão mal a outro ser humano, pessoa que é exemplo para muitos, mas porque eventualmente cometeu um erro é crucificado? 

Quem pensa ser tão endeusado, tão puritano, tão perfeito, mas ao mesmo tempo tão bajulador, que necessita de lançar na lama o nome daqueles que vivem na pureza das amizades e que por essas são atraiçoadas, açoitadas, injuriadas...

Costuma dizer-se aquilo que se planta colhe-se e o veneno expelido pode voltar e propagar-se pelo emissor, contaminando-lhe o corpo e a alma, ressequindo-lhe e sugando-lhe qualquer réstia de humanidade, tornando-o num ser excretável, imundo e desprezível!

Esse tipo de delatores endemoniados, terão o destino que lhes reservará um horizonte de desprezo, pois o seu brilho enganador será apenas momentâneo e ilusório, já que o prato onde cospem será aquele no qual lhe servirão a comida envenenada pelas suas próprias atitudes.

Ao invés de caminharmos para um mundo melhor, caminhamos para um mundo de delação, injúria, calúnia, inverdade, ruma-se às trevas, onde a natureza humana de algumas almas apodrecidas já reservam o seu lugar, numa tumba fria e abandonada!

João Salvador - 12/05/2015

sábado, 2 de maio de 2015

Conversas de café versus socialização

O ontem …
(Foto do Grupo Café Sobe e Desce – Vassal)

Nas aldeias e vilas, a noite traz o descanso dos trabalhadores que desde cedo se dedicaram à labuta nos campos ou na construção civil, já que a indústria no interior é praticamente inexistente.
Após muitas horas de trabalho braçal, o regaço do lar apresenta-se aos homens e mulheres, no seu quadro de conforto e aconchego. Forram-se os estômagos e apazigua-se a fome, acalmando o corpo. A alma sossega depois de um dia de preocupações e inquietudes, precisa agora de alimento humano: de socialização, conversação e de palavras calorosas, ditas da voz de um amigo ou conhecido que ajude a estabilizar a mente.
Dito isto, procurando agora alimentar o espírito, sai-se de casa, em passo lento e despreocupado, absorvendo o manto da noite estrelada, cheirando os aromas das mimosas que nesta altura vestem os terrenos que ladeiam as povoações e entra-se na taberna, ou no café para umas horas de relaxamento.
As caras são conhecidas. Amigos de infância, pessoas da mesma escola de vida: da aldeia; da vila; que partilham destinos similares, preocupações mas também alegrias.
Pedido o café para iniciar a noite, trago após trago, as conversas fluem numa vozeria controlada e amena, com picos de exaltação salutar, quando os temas são quentes, como é o caso das paixões clubísticas.
Não se recusa o convite para o jogo de cartas. Uma sueca, um chincalhão, para animar a noite e ajudar a passar o tempo. Uns mais habituados que outros, vão-se gladiando, partida a partida, com perícia ou não deliciando-se com a estratégia adoptada, visando ganhar as partidas. Os bastidores são revestidos por espectadores que vão opinando entre eles sobre as jogadas, olhando de soslaio para as cartas de cada jogador, delineando as suas próprias estratégias, ao mesmo tempo que retemperam forças acompanhados de uma cerveja, acompanhada de uns amendoins ou de uns tremoços.
A noite vai decorrendo numa parcimónia harmoniosa, decorrente de troca de diálogos respeitantes às vidas de cada um, enriquecendo-se a experiência de vida, estreitando-se laços de amizade, mas acima de tudo socializando.

O hoje …

Nas cidades (e hoje também em muitos locais do interior), vivesse sem tempo, apressados para o nada, trilhando-se caminhos vazios, mostrando-nos sempre insaciáveis e insatisfeitos com o que a vida nos dá!
Este cenário de socialização pessoal e plena é hoje cada vez mais irreal, transfigurado pelas novas tecnologias, usadas por todos nós, as quais estão a matar a socialização humana.
Os jogos reais são substituídos pelos virtuais, as conversas pelos chats, os amigos reais pelos virtuais … é este o caminho que se segue, cabendo a todos controlar ímpetos da utilização abusiva e viciante das novas tecnologias como é o caso dos Smartphones que são transportados para todo o lado.
A voz jaz muda, substituída pelos sons dos teclados, não se ouvem as palavras cujo aconchego tanto necessita a alma humana. O som das teclas é impessoal, frio, deprimente. Escrever a palavra amor, vê-la num ecrã, não preenche o sentimento. Tal ocorre se dita pessoalmente com sonoridade, afecto, ouvindo-se a voz de quem a diz, olhando-a nos olhos, absorvendo o momento, retendo a energia que dali emana.
A culpa essa não é do avanço tecnológico, mas tão só de cada um de nos, que pode e deve ter tempo para socializar com pessoas reais, afastando as tecnologias quando na presença de amigos, devendo substituir o Chat pelo diálogo.
É deprimente entrar hoje num café polvilhado de jovens de todas as idades e ver que todos eles regrediram aos primórdios da espécie humana, curvando-se olhado para o visor, abstraídos ao mundo real.
Assim segue o destino da socialização …

João Salvador – 02/05/2015