terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Feliz Ano Novo - 2016


Prestes a terminar este ano e iniciar o ano de 2016, resta fazer um balanço global e pessoalizado. Foi um ano com bastantes dificuldades para a generalidade de todos os portugueses, cujas agravantes são de todos conhecidas, mercê da falta de honestidade, lealdade, patriotismo … e outros valores, que não rezam no cardápio das elites.
O compadreio desmedido saltou das páginas dos jornais (já desde à vários anos), para as vidas reais e pessoais de cada um de nos que se viu privado, nalguns casos do mínimo de dignidade!
As assimetrias sociais foram ao longo dos anos alargando um fosso, já de si profundo entre os mais pobres e os mais ricos.
Vive-se hoje um dia-a-dia mais terra a terra, onde todos têm a noção que o despesismo exacerbado não partiu do comum cidadão, mas de uma teia que o permitiu, sendo agora conhecido de todos o polvo cujos tentáculos nos castrou!
O novo ano que se avizinha, surge rodeado de ceticismo, preocupação e continuidade da similaridade do ano velho.
Não obstante, a palavra ESPERANÇA, ronda sempre os horizontes otimistas do ser humano, pois sem isso o fardo é mais pesado.
Tenhamos então esperança, desejando que este novo ano possa trazer mais qualidade de vida (ainda que estejamos a viver de ilusão), usando os clichés hipócritas e habituais utilizados nestas alturas, pelos espíritos corrosivos e elitistas dos governantes desta nau, que mete água pelas frinchas das tábuas soltas.
Da minha parte, cidadão comum, resta desejar sinceramente e sem ironias, a todos os meus familiares, amigos, conhecidos e aos restantes cidadãos, uma boa transição, desejando que dentro do possível a vida seja mais suave e feliz, neste novo ano de 2016!


Feliz ano novo!

sábado, 5 de setembro de 2015

Momentos agrícolas

É com prazer que deixo aqui retratadas algumas árvores de fruto, bem como alguns trabalhos que se fazem no campo, nesta época do ano. É tempo de apanhar a fruta e de plantas as couves ...

Castanheiros e macieiras

Souto

Castanheiro

Macieira (Maças vermelhas)

Castanheiros

Pessegueiro



Pereira




Pêssegos e pêras

Amoras silvestres



Olival


Cerejeiras


Milho

Figueira

Figos

Pinheiro Manso


Figos

Tomateiros



Plantação de couve

Couve pronta a ser transplantada

Couve e ao fundo feijão frade (Chicharos)

Tomateiro

Pimentos







quinta-feira, 23 de julho de 2015

Vale de Corças – Pequeno paraíso agrícola

Além das memórias, das vivências e das histórias de vida, herdamos de nossos pais, os valores imateriais, mas também os bens materiais e as terras.

Regressei hoje, aquele pedaço de terra que herdei. Visualizando as oliveiras, as amendoeiras, figueiras e o pinhal, refrescou-se a memória, recordando aqueles tempos em que ali labutei e larguei o suor, até buscar novos caminhos, horizontes e projectos de vida!


Foram vastas as horas ali (e noutros terrenos da família) despendidas a tirar os “mamões” e a limpar as oliveiras, garantindo que as mesmas estivessem prontas para aquando da recolha da azeitona, visando facilitar ao varejador o seu trabalho. 

A oliveira, precisa de ser acarinhada, despindo-se as maleitas que a afligem, aliviando-a do excesso de ramagem, garantindo assim que as azeitonas cresçam em quantidades e produzam um azeite de esmerada qualidade. Aliás, as terras Valpacenses são conhecidas pela produção do azeite, que tem uma qualidade reconhecida por quem o saboreia e se deleita com tal néctar. Antigamente os anciãos chegavam a comer a “côdea” de pão embebida no azeite, algo que tive o gosto de fazer ainda em rapaz.


Quando da minha mocidade a colheita era feita com auxílio de “toldes” ou “toldos”, os quais eram colocados no solo, de forma a garantir que a azeitona ficasse ali armazenada momentaneamente, sendo depois colocada em sacos, limpa, e ensacada novamente, rumando depois para os lagares de azeite das aldeias ou para a cooperativa olivícola.

Hoje, mesmo em relevos como os transmontanos, a maquinaria já rasga pelos olivais, sendo usual verem-se as varejadoras mecânicas, ou até alfaias acopladas aos tractores, que fazem a vareja, a recolha e o armazenamento da azeitona, que depois é entregue na cooperativa, para a produção do azeite.

Nesse pedaço herdado, cujo coração pertence aquela terra, encontram-se uma ou duas amendoeiras, cuja amêndoa colhida é usada para muitos fins, desde a culinária à estética. No caso do pequeno pedaço do céu que herdei, não é rentável visto a produção ser quase nula, ficando muitas vezes a mesma na árvore, acabando por cair no solo. Não obstante ter quem trate do terreno, no que respeita à amêndoa, não compensa a sua recolha, acabado infelizmente por crescer e findar muitas vezes, na própria amendoeira.


Já os figos, são biológicos e bastante saborosos. Outrora eram recolhidos na sua totalidade e secos em varandas para serem depois consumidos no inverno, ou vendidos. 

Hoje em pequenos terrenos como o Vale de Corças, que aqui retrato, não compensa gastar-se dinheiro em mão-de-obra, visto que o retorno é praticamente nulo. O que compensa é usar estes pequenos terrenos agrícolas como complemento, usando o esforço do nosso próprio trabalho sem ter que se recorrer ao pagamento de jornaleiros.

A Terra hoje é mais mal tratada, sem o carinho de outrora, quando por força da vida era lavrada, acarinhada, cultivada.

Naturalmente que me aborrece ver a terra queimada pelo herbicida, ao invés de lavrada. Se me custa ver o pinhal com ramos secos no solo, sem estar devidamente cuidado. Claro que me incomoda. No entanto, estando minimamente tratado, já me alegra o coração, sentindo assim que se preserva um pedaço de terra que me foi deixado por uma guerreira, que extraia o pão do seu sustento, desse e doutros terrenos, alimentando a sua prol, que vive agora espalhada por vários pontos do país e do mundo, como é o caso da maioria das famílias.

João Salvador - 22/07/2015