domingo, 21 de abril de 2013

Um dia na apanha das cerejas



Como todos os anos sempre que posso desloco-me à aldeia em finais de Maio ou Junho, com o intuito de ajudar a apanhar as cerejas que se baloiçam nos ramos das cerejeiras, dando-lhes cor e vida!


Cedo me levantei na companhia do meu filho, seguindo ambos no tractor para o terreno cultivado pelos meus familiares, onde estes possuem várias árvores de fruto (figueiras, macieiras, pereiras, etc), entre as quais as cerejeiras.



O ar puro da manhã, o cenário bucólico da aldeia, o cheiro da terra e dos aromas libertados pelas plantas e pela natureza, complementado pelas actividades diárias do lavrador, enche-me de vida e de recordações!



Chegados ao terreno vislumbro um cenário paradisíaco, onde as cerejeiras nos presenteiam com um belo cenário, exibindo os seus ramos, bamboleando-se ao sabor do vento ameno que as acaricia.
Iniciamos de seguida a apanha do seu fruto suculento, que se exibe espelhando os raios de sol.
Este ano (2012) as cerejas estavam particularmente suculentas, com uma cor avermelhada muito intensa. Os ramos vergavam com o peso, mercê da quantidade de cerejas que se agarravam aos ramos, temendo serem separadas da cerejeira.
Um cenário bonito, ver os ramos polvilhados de cerejas, carnudas, apelando a serem degustadas, o que aconteceu naturalmente no decorrer da apanha, esquecendo-me de qualquer cuidado alimentar, perdendo a noção da quantidade consumida (a cereja é um fruto que se consome por vício – pelo menos no meu caso).



O cuidado com que devem ser colhidas é enorme, especialmente se tiverem como destino a comercialização, havendo o cuidado de não arrancar os “pés”, pois a fazer-se isso a apresentação deixaria de ser apelativa, ainda que fossem apenas para consumo familiar.
O prazer que me dá esta tarefa é indiscritível, alimentado pelo sorriso do meu filho, que alegremente subia às cerejeiras munido de um balde, apanhando com gosto e destreza os frutos, comendo muitas cerejas no decorrer dessa tarefa.
Tive o cuidado de o alertar para deixar na árvore as cerejas de menor qualidade; as que não estivessem maduras ou as que já estavam debicadas pelos pássaros, que por ali esvoaçavam à espera de debicar tão apetecível fruto!


Infelizmente e pelo que sei, nas terras de Valpaços e arredores muitos agricultores (possuem terrenos pequenos, dedicando-se na grande parte dos casos a uma agricultura de subsistência, para sua alimentação e venda sempre que possível de excedentes) acabam por não apanhar grande parte da cereja, visto que não conseguem escoar o produto por falta de procura, pelo menos nesta região, ou existindo oferecem preços inferiores ao custo da produção, o que inviabiliza a sua apanha, dificultada ainda pela falta de mão-de-obra a preço acessível.

O que me revolta é que muitas vezes a pessoa comum aceita de bom grado a cereja se lhes for dada, mas tem que lhe ser entregue em mãos, pois se lhe for oferecida ainda na cerejeira não se dão ao trabalho de as ir apanhar. A inércia é tal que acabo por entender a razão pela qual o nosso país chegou onde chegou …

Continuando … a Cereja é um fruto arredondado usualmente de cor vermelha (existindo também cerejas brancas), com um sabor muito apreciado.

Apesar de ter alguma procura (poderia ter muito mais se as políticas agrícolas apostassem no escoamento do produto e na ajuda ao lavrador) e ter várias utilizações, a cereja possui um grande peso na economia agrícola nacional (principalmente na zona das beiras), já que é muito consumida e apreciada pela maior parte dos portugueses, tendo bastante saída também para o estrangeiro, sendo ainda usada na gastronomia, ou utilizada para a elaboração de compotas e outras aplicações.

Afinal o que é a cerejeira?
Cerejeira é o nome dado a várias espécies de árvores originárias da Ásia, algumas frutíferas, outras produtoras de madeira nobre. Estas árvores classificam-se no sub-gênero Cerasus incluído no gênero Prunus (Rosaceae). Os frutos da cerejeira são conhecidos como cerejas, algumas delas comestíveis.
As cerejas são frutos pequenos e arredondados que podem apresentar várias cores, sendo o vermelho a mais comum entre as variedades comestíveis. A cereja-doce, de polpa macia e suculenta, é servida ao natural, como sobremesa. A cereja-ácida ou ginja, de polpa bem mais firme, é usada na fabricação de conservas, compotas e bebidas licorosas, como o Kirsch, o Cherry e oMarasquino. As cerejas contém proteínas, cálcio, ferro e vitaminas A, B, e C. Quando consumida ao natural, tem propriedades refrescantes, diuréticas e laxativas. Como a cereja é muito rica em tanino, consumida em excesso pode provocar problemas estomacais, não sendo aconselhável consumir mais de 200 ou 300 gramas da fruta por dia.
O cultivo da cerejeira é realizado em regiões frias. Necessitam de 800 a 1000 horas de frio para que possam produzir satisfatoriamente em áreas com Invernos frios e chuvas.

sábado, 6 de abril de 2013

Expo Trás-os-Montes

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