segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Feira do Folar 2013 - Valpaços



Notas sobre o Folar de Valpaços

Porque o Folar de Valpaços é único e genuinamente de Valpaços?



Porque é o único onde todos os ingredientes são produzidos ou confeccionados no nosso concelho!

O trigo que nós colhíamos era esplêndido e de primeira qualidade. E ainda há quem se recorde com nostalgia: “ das malhadas feitas no Bairro das Lajes" porque era aí que se faziam as malhadas.

Nesse local, os homens com os seus malhos “esmagavam o trigo e o centeio”. 

Para além das searas, este concelho também é “muito rico nos produtos do fumeiro e na castanha”. Bens que dão nome à terra e a tornam mais conhecida. A Feira do Folar é um exemplo disso: “feito nas várias aldeias do concelho, o folar está exposto para venda aos milhares de visitantes que acorrem a esta localidade no fim de Semana dos Ramos” – avançou Sandra Araújo, elemento da Câmara Municipal de Valpaços.

Uns compram-no na localidade mas “outros recebem-no em suas casas gratuitamente”. O Folar de Valpaços simboliza “a amizade entre as pessoas” e o “relacionamento entre os familiares”. Muitos dos habitantes que «fugiram» destas paragens para outras localidades recebem-no e “lembram-se das suas raízes” – descreveu o Pe. Manuel Alves. 

Como diz o povo «cada terra tem o seu uso e cada roca tem o seu fuso» e “nós aqui temos o folar que pode ser considerado um símbolo pascal”. O ovo – um dos elementos para a feitura do folar - “tem em si um conteúdo de vida que está dentro da casca. É o símbolo da Ressurreição de Cristo. O ovo parece que está morto mas tem vida e o folar sem ovo não é folar””– relatou o pároco. 

O Azeite do melhor do mundo, porque o micro-clima (Terra quente e terra fria) permite afastar as pragas e obter um aceite suave e macio, com acidez notável de 0,1º

A linguiça e as carnes gordas que derivam da tradição do fumeiro e da matança do Porco... e finalmente os ovos (caseiros pois então) directamente do galinheiro...


in: https://www.facebook.com/pages/Folar-de-Valpa%C3%A7os/104985566239502

(Faça uma visita virtual à feira do folar)

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Grito de revolta II



É gritante a forma escandaloso como se rouba o erário público em Portugal, se alimentam os amigos e se pagam os favores à vista de todos e continuamos "mansos como cordeiros", prontos para sermos sacrificados (como o somos cada vez mais). 

A justiça falha em punir os políticos, visto que são os próprios que manobram as leis a seu belo prazer. 

Os nossos filhos são agora privados de coisas tão básicas como o direito a refeições decentes; os pais são privados do emprego; de uma vida, sendo explodidos através de impostos sucessivos (pagos apenas por alguns) do seu direito a uma vida digna; os pensionistas são atropelados nos seus direitos (os que recebem pensões de miséria), perdendo o direito ao merecido descanso enquanto caminham para o fim de sua vidas ...
Este não é o meu Portugal! Não é o país de meus pais, aquele que aprendi a amar; aquele cuja bandeira e hino me orgulhei de representar. Quero esse Portugal de volta que tanto amo, e que vive agora moribundo e assassinado por gente ignóbil, imoral ...


Os valores patrióticos são vendidos a preço de saldo, o país está a saque, colocado no mercado por políticos imorais, desonestos, aldrabões , esbanjadores, que não abdicam das suas mordomias alimentando favores aos grandes grupos que os ajudaram a colocar no pelouro (com a nossa conivência e passividade) e aos seus amigos de "gamela"!

Inventam negócios ruinosos para o país que temos de pagar, criam empresas para se "alimentar", sugam o suor do povo que assiste impávido e sereno sem nada fazer ...

A revolução trouxe liberdade? Naturalmente que trouxe e agradeço aos militares que em 25 de Abril de 1974, permitiram que os nossos filhos pudessem expressar-se livremente e viver.

No entanto vivemos agora uma outra ditadura a dos corruptos, dos seus interesses e perdemos a nossa independência económica. Somos escravos da Troika, do FMI e de outros grupos económicos a quem os nossos políticos prontamente baixam as calças. 

De uma vez por todas, se querem acabar com a crise que o povo acabe com as mordomias dos políticos, exija punições severas e alterações à lei, para evitar que os prevaricadores fujam eternamente à justiça! 


Exijam a distribuição dos sacrifícios; exijam que todos paguem os impostos; exijam .. exijam ... mas não se calem!

Por todos nós, mas principalmente pelos nossos filhos, pelos nossos netos e pelo respeito que os nossos idosos nos merecem, mas acima de tudo pelo direito a uma VIDA DIGNA!

Citação:
"O que mais me preocupa não é nem o grito dos violentos, dos corruptos, dos desonestos, dos sem carácter, dos sem ética? o que mais me preocupa é o silêncio dos bons!"

Martin Luther King (1929.1968)

O Guardador de rebanhos


Numa das minhas curtas idas a Trás-os-Montes, após subir a maravilhosa serra da Padrela, cujo cenário paisagístico é contagiante, fui-me deleitando com o verde dos campos e com o cheiro das terras aradas pelos agricultores locais.

Passava mergulhado numa quietude, que me apazigua a alma, uma terapia para os problemas que logo ali se esbatem, quando me deparei com um rebanho de ovelhas na estrada que liga Sobrado a São João de Corveira, guardado por um pastor devidamente agasalhado, munido do seu cajado.

Logo estaquei e me pus a admirar tão bucólico cenário, juntamente com a família que me acompanhava. Estes quadros naturais são de uma riqueza imensurável, e inestimável, que devemos guardar nas nossas memórias, pois no meu caso fizeram parte da minha infância (Tive já o prazer de escrever uma crónica a respeito dos pastores da minha aldeia, que podem reler aqui no blog).

Foi enriquecedor, ver o sorriso daquele pastor, uma pessoa simples e humilde, que guardava as suas ovelhas junto à estrada e que de uma forma natural nos premiou com o seu sorriso e simpatia.

Logo se prontificou a falar um pouco sobre a criação de gado ovino e caprino, as rotinas diárias, os sofrimentos do dia-a-dia, a forma como negociavam e os locais, quer a venda dos queijos quer da carne; falou-nos sobre a feira de São Brás, que decorre anualmente naquela freguesia, onde o visitante pode adquirir vários produtos regionais e conhecer um pouco a vida pacata daquelas localidades.

Foram apenas alguns minutos, mas posso assegurar-lhes que aquele homem, com pouca formação escolar, tem uma formação humana e uma educação que muitos de nós nunca conseguirão alcançar, mercê da pureza de tão nobre coração. Não vi nele uma ponta de inveja, de frustração, ou qualquer sentimento negativo, aceita simplesmente a vida conforme ela é! Foi daqueles que preferiu a vida campestre à emigração, sabendo que viveria sempre humildemente. Senti-me envergonhado perante tanta nobreza de espírito, um homem lutador que envergonharia os maiores demagogos do nosso país.

Logo tive um pensamento e um alívio. Fiquei feliz pelo facto de a pastorícia ainda existir no Nordeste Transmontano, apesar de os pastores serem cada vez em menor número.

Preparava-me já para reiniciar a viagem quando o pastor, olhando a face maravilhada da família, me disse se quiser esteja à vontade: “capte a verdadeira natureza dos campos, da natureza, dos animais e das suas gentes”, o que fiz com a sua devida autorização. Tirei fotos aos campos e às ovelhas que pacificamente por ali iam ruminando as ervas que nasciam no souto, guardadas pelos canídeos.
O quadro não ficaria completo sem a foto do pastor, pelo que lhe pedi se não se importava que o fotografa-se, simplesmente sorriu amavelmente e deixou-se à vontade para o fazer.
O resultado são as duas fotos que junto a esta pequena crónica de viagem.

Como podem “ler” (façam-no com alma e sentir-se-ão como eu no momento), viajei naqueles instantes ao que de melhor tem o ser humano …

 (Rebanho de ovelhas a pastarem no Souto)


(Foto do pastor credenciado com "carteira profissional", tirada na escola da vida)


João Salvador - 27/12/2010

In: Crónicas de um homem do norte - http://joaogomesalvador.blogspot.pt/

sábado, 16 de fevereiro de 2013

A Taberna do “Ti Guilhermino”



Ainda é possível encontrar em Trás-os-Montes as Tabernas (ainda que alguns a tenham dado por praticamente extintas nos anos 80/90 do século XX),com os seus típicos balcões de madeira onde repousa a balança pronta a pesar o ganha-pão do taberneiro. São ainda pontos de encontro das gentes das vilas ou aldeias do Nordeste Transmontano. Local onde se discutem as culturas das terras, os seus ganhos ou os seus desenganos, fazendo-se ali alguns negócios entre os clientes.


Homens enrijecidos pela dureza da terra e pela labuta diária, ainda que nos tempos modernos as tarefas estejam mais facilitadas, com a mecanização e massificação da utilização de tractores, que infelizmente apesar da sua inegável utilidade, ceifam muitas vidas nas terras do norte, mercê do relevo acentuado, pouco adequado para a lavoura.

Acompanhados pelo copo do vinho, servido habilmente pela mão do “Taberneiro” ou “Tasqueiro”, como alguns o apelidam, as gentes da terra, refugiam-se no licor de Baco (vinho) para aquecer a alma e combater os rigores Outonais e o diabólico frio do inverno.

Nestas tabernas típicas, o cliente pode encontrar desde o copo de vinho, à côdea do pão, aos enchidos, cerveja e outros produtos.

Nalgumas tabernas como é o caso da Taberna do “Ti Guilhermino” (um homem de luta, simples, honrado, um trabalhador incansável, amante das terras, da família, da taberna e das suas gentes) pode adquirir-se uma grande variedade de produtos além dos que já mencionei, nomeadamente: vários tipos de guloseimas (devidamente acondicionados em recipientes), gelados, produtos alimentares, produtos de higiene, cerâmicas, materiais para a agricultura e até para os afazeres domésticos (púcaros, xícaras, talheres, etc).

Até há bem pouco tempo poderiam ser ali adquiridos cântaros, regadores e outros objectos utilizados antigamente para ir buscar a água à fonte ou para regar as hortas que ainda podem ser encontradas nos terrenos contíguos a muitas habitações da aldeia.

A Taberna é também como disse um ponto de encontro, onde principalmente os homens se juntam para jogar a sueca ou o chincalhão (jogos de cartas), usualmente mais ao fim-de-semana, fazendo-o acompanhados pelo bater das cartas, pela conversa e pela bebida, aliás o único proveito dos ganhadores, além do convívio naturalmente!

É agradável ver a cumplicidade e a paixão com que o fazem, compenetrados no baralho e nos naipes que lhes são entregues, delineando as estratégias de jogo, resmungando pela sorte lhes ser madrasta, ou resfolgando de felicidade quando a sorte lhes boceja.

A vida corre por ali lenta e pachorrenta, numa paz que contagia, aproveitando o taberneiro para ir enchendo mais umas garrafas de vinho, preparando o elixir para ir servindo aos clientes. Vai ainda enchendo as prateleiras com os produtos em falta e colocando martinis, favaios, cervejas (médias e minis) na arca, para serem servidas quando forem pedidas.

Por vezes não tem vida fácil o taberneiro. Passar o dia na taberna vendendo cada vez menos, enregelado, apesar do parco aquecimento da braseira, tendo uma paciência infindável para ouvir as divagações fantasiosas daqueles que aqueceram em demasia a alma e caminham cambaleantes e com a visão turva deles próprios, perdidos nas sua cogitações nublosas, mas por vezes engraçadas (pessoas de bem que se refugiam na bebida pensando resolver as maleitas da alma).

É reconfortante ver o taberneiro ladeado pelo seu inseparável e fiel amigo, um cão arraçado de perdigueiro a quem apelida de “Piloto”. Já antes havia tido outro a quem chamava “Fidel” que o acompanhou durante perto de 16/17 anos, acompanhando a sua luta diária e da sua mulher, vendo as chegadas e partidas dos filhos (que procuraram terras mais abastadas ou onde a vida lhes pudesse sorrir) e o crescer dos netos do taberneiro. Infelizmente o “Fidel” faleceu após muitos anos em que foi um motivo de felicidade de seus donos. Sofreu muito o pobre animal!


Vive agora o taberneiro cada vez mais preocupado com o excesso de leis são “paridas” pelos legisladores que desconhecem a realidade para além dos escritórios, acabando lentamente com as tabernas, as adegas e outros estabelecimentos tradicionais, não entendendo os “políticos” (na sua maior parte são uma espécie pseudo-patriótica, sem moral, espoliadora do erário público, buscam apenas o seu próprio benefício, pouco escrupulosos e mentirosos compulsivos – tema que abordarei noutra crónica) que estão a matar as tradições transmontanas, estrangulando os pequenos negócios que já pouco ganho dá a essa gente que passa ali os dias para vender umas míseras cervejas ou meia dúzia de produtos alimentares ou de outra índole.

A Taberna é em suma um ponto de encontro das gentes da terra onde o convívio, a conversa, o jogo das cartas e a salutar partilha das experiências da vida é regra, nunca esquecendo de acompanhar com um dos principais ingredientes a bebida e de preferência que seja com um copo de vinho bem “cheinho”, acompanhado com uma côdea de pão um bocado de salpicão, chouriço ou outra iguaria!

Se passarem por terras Valpacenses façam uma visita às tabernas das aldeias, onde terão à vossa espera o sorriso sincero do taberneiro que tudo fará para que saiam satisfeitos de terras de além Marão.

Claro que não lhes fará mal uma visita a terras de Santiago da Ribeira (concelho de Valpaços), onde além de serem premiados com uma bela paisagem, podem beber um copinho de vinho da produção do “Ti Guilhermino”, taberneiro de serviço em tão garbosa aldeia!






João Salvador – 16/02/2013


Deixo-os com uma breve resenha histórica sobre a origem das tabernas e a sua definição:

DEFINIÇÕES:
Uma taberna (ou taverna) é, de uma forma geral, um lugar de negócios ou um bar onde pessoas vão para beber bebidas alcoólicas e onde também pode ser servido algum tipo de alimentação. A palavra deriva, pelo latim taberna, do gregoταβέρνα, que significa "abrigo" ou "oficina".
Reunir-se numa taberna para beber cerveja ou outra bebida alcoólica é uma tradição social de longa data, tendo sido iniciada no mínimo pelos sumérios (3500 a.C.); na Suméria o taberneiro era tradicionalmente uma mulher, mas em outros lugares e épocas as mulheres foram completamente excluídas das tabernas.
Em Portugal (onde eram muitas vezes designadas pejorativamente como tascas), a par dos cafés e das casas de pasto, as tabernas vingaram até os anos 1980 do século XX, tanto nas áreas rurais, onde eram o centro por excelência da vida social das pequenas localidades, como nas urbanas.

HISTÓRIA DAS TABERNAS
A palavra taberna é oriunda do latim e deriva da palavra grega taverna que significava algo como oficina ou barracão. Não se conhece ao certo a origem delas, apenas que eram locais de fechar negócios e degustar bebidas alcoólicas.

Há quem diga que nelas eram servidas diferentes e exóticas refeições; era um local de confraternização onde os amigos se reuniam; ou, que era simplesmente um bar elitizado e que apenas convidados especiais eram clientes.

Reunir-se numa taberna para beber cerveja ou outra bebida alcoólica é uma tradição social de longa data, sabe-se que tal tradição iniciou-se em 3500 a.C, na Suméria, onde o taberneiro era tradicionalmente uma mulher.

O visual rústico toma conta do ambiente cercado de arte por toda a parte. Mesa de madeira, parede de pedra, roda de carroça, barris de vinho, troncos de madeira, archotes, candelabros, velas, balcão de madeira crua, gente rindo, brincando e conversando de posse de copos com bebidas exóticas e porções abundantes de comidas típicas completam o clima de interação e fuga da rotina.
Independente de qual significado é atribuído à palavra taberna e das diversas histórias sobre sua origem, a essência dela é o que nós buscamos para preencher este espaço que cuidadosamente construímos para que você entre, sente, aprecie, saboreie e atice seus sentidos com as variadas formas de arte.

OUTROS ARTIGOS:

Consumos e Socialibidade nas tabernas

Rotas das Tabernas de Coimbra



terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Borralho




Vou aquecendo os sonhos à lareira,
Sem reparar nas cinzas do brasido,
Ou olho-as distraído,
Na baça inconsciência
De que são a verónica da morte.
Sentado na cadeira habitual,
Deligência irreal
Que atravessa, morosa, a noite fria,
De mim próprio alheado,
Dou concreto calor à fantasia
Como se o lume fosse imaginado.

Miguel Torga, Diário IX

in: https://www.facebook.com/notes/somos-transmontanos/borralho/481183978607320

Sabores Mirandeses

Para os amantes da Gastronomia, aconselho uma visita a terras de Miranda do Douro. Uma terra cheia de bons motivos para ser visitada, pelas suas paisagens, sua história, suas gentes, pela sua beleza natural e neste caso pela sua cultura gastronómica. Deleitem-se com os sabores Mirandeses, uma terra à qual já me rendi!



sábado, 2 de fevereiro de 2013

AMORAS SILVESTRES


(Recolha de amoras silvestres - Aquando do passeio "Trilho dos Moinhos" em Sanfins)

Na busca pelas minhas memórias, regressei aos caminhos agrícolas, que me levavam aos terrenos da família como é o caso do moinho e ao vale de corças, este último ainda cultivado pelo meu primo (a quem agradeço de coração – já que é o único legado que me liga ao meu berço, além das amizades que ainda tenho na aldeia), já que a distância me impede de o fazer.
Era por esses caminhos poeirentos de verão mas toleráveis na primavera, que buscava as amoras silvestres que prazeirosamente e cuidadosamente recolhia, deleitando-me de imediato com algumas delas.
Tratava de fazer várias “camboeiras” (amoras acondicionadas numa palha) para conseguir transportar o maior número possível de amoras silvestres para casa.
Utilizava frequentemente ervas altas e já secas que colhia nas bermas dos caminhos, removendo os pequenos filamentos envoltos na “palhinha” já preparada, para conseguir furar as amoras e acondiciona-las.
Quando chegava a casa logo tratava de as lavar e colocar numa malga. Se a vida o permitia e podia, banhava-as com iogurte. 
Depois meus amigos … toca a comer as amoras colhidas nos caminhos da aldeia …
Quem não tem saudades de comer amoras colhidas directamente das silvas que enfeitam diabólicas (uma dor de cabeça para o agricultor) mas belas as terras da aldeia, ainda que polvilhadas com poeira?
Quando se é criança quem se preocupa com o pó? Ninguém acho eu! Naqueles tempos dava-se mais importância as pequenas coisas da vida como a apanha de amoras, deleite que agora de adultos pode parecer a muitos, ridículo! 
Dai muita gente estar vivo (sonambulando pelas páginas da vida que corre desalmada e rápida) mas morto na vida!
Sinto agora uma necessidade descomunal de rever os pequenos prazeres aldeãos que me chicoteiam com prazer e que saboreio intensamente na memória.

João Salvador – 02/01/2013