E lá foi o moleiro deitar-se, sentindo-se indescritivelmente
só, adormecendo pacificamente, para nunca mais acordar.
O seu último sonho e o bailar dos seus
pensamentos, foi com os filhos e com a mulher. Viu algo de estranho a pairar na
sua mente, um quinto filho que não tinha mas que lhe surgia teimosamente no
sonho.
Era uma criança parecida consigo fisicamente,
o qual o chamava repetidamente de pai. Viu-a sorrir-lhe passando-lhe
sentimentos e laços de amor, sossegando-o na sua morte que se aproximava.
Agradeceu a Deus poder conhecer ainda que em
sonho o seu filho ainda por nascer e os anos que lhe havia dado de vida.
Aceitou o seu inevitável destino,
vislumbrando finalmente uma luz que se aproximou lentamente, tragando-lhe a
alma, apagando-o para a eternidade – a vida do moleiro havia-se assim extinguido
serenamente.
Atravessou o rio da vida que o transportou
para o além …
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